O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que foi um grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro, chegando até a ser cogitado para ministro da Cultura, mudou de lago. Ele disse nessa semana à Folha que mudou para a centro-esquerda e pode votar em Lula contra Jair Bolsonaro. A declaração do parlamentar, que surpreendeu participantes da reunião que discutiu o superpedido de impeachment contra Bolsonaro, demonstra que há um movimento de políticos e eleitores repensando seus posicionamentos políticos e ideológicos.
A mudança de Frota é um indicativo de que mais pessoas estão fazendo essa reflexão e provavelmente vão mudar o entendimento que tinham, mudando também o voto. O que reforça o entendimento de que a eleição de 2022 será bem diferentes da eleição em 2018. O cenário eleitoral será diferente.
Em 2020 os candidatos apoiados por Bolsonaro e pelo PSL não tiveram o mesmo desempenho nas urnas. Bolsonaro vem perdendo apoio, caindo nas intenções de voto e crescendo na rejeição com a população. Já são vários os eleitores e políticos arrependidos. Além disso, a pandemia do Covid-19, o desemprego e a queda na renda das famílias também são fatores que pesam na hora de escolher um representante. O eleitor tende a optar com alguém com experiência de gestão, que saiba resolver os problemas. E para isso ele pode até aceitar até o “rouba mais faz”.
Abandonando o barco
Estamos vendo uma debandada dos apoiadores de Bolsonaro e praticamente nenhum movimento indicando novas adesões de apoio ao presidente. Vários ex-bolsonaristas assinaram o pedido de impeachment.
Nessa semana, Carla Zambelli também andou escorregando. Disse que “abandona o presidente se souber que ele roubou”. Bem diferente de fevereiro de 2020, quando afirmava “Eu ponho minha mão não fogo pelo Bolsonaro”.
Quem pretende sair candidato no ano que vem, precisa estar atendo a essa mudança e, com raras exceções, deve evitar colar a sua imagem a de Bolsonaro. A minha orientação é que, em sendo de ideologia conservadora, o candidato busque cativar o eleitor conservador por meio dos princípios e valores, mas sem se vincular diretamente ao presidente.
O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) diz estar satisfeito ao se reposicionar, no espectro político, da direita para a centro-esquerda.
“Ao longo da vida, a gente amadurece, reconhece alguns erros cometidos e procura se acertar”. Eu acho que a parte social é fundamental, coisa que eu não enxergo na direita. Não tem esse olhar para o próximo, estender a mão para aquele que precisa. Eu estou muito feliz assim.”, disse o deputado.
Parabéns ao deputado Frota por ter coragem de assumir seus erros e mudar de opinião e postura. Que seja, de fato, uma mudança em prol da população e não em busca de oportunidades. Vale destacar que ele também se aliou recentemente ao governador de São Paulo e opositor de Bolsonaro, João Dória.
Declínio de Bolsonaro
O presidente Bolsonaro perdeu parte do seus apoiadores ao romper com Sergio Moro. Os eleitores antipetistas e lavajatistas se sentiram desprezados. Em seguida, Bolsonaro tomou atitudes que estremeceram a relação com as forças de segurança e com governadores. Criou uma enorme celeuma no meio militar com Pazuello, vem desagradando uma parcela grande da população com inabilidade para conduzir a crise da pandemia e agora enfrenta uma série de acusações de corrupção em seu governo, ministros grileiros e uma CPI da Pandemia. Sem contar todos os desgastes com as agressões à imprensa e as mulheres.
E você, o que pensa dessa mudança?!
Me siga nas redes sociais e compartilhe comigo sua opinião.
